20 de janeiro de 2010

Perca o medo de escrever agora - pergunte-me como!

Escrever é uma atividade, por natureza, solitária. No entanto, aprender a escrever não precisa ser - na verdade, não deve ser! E quando falo "aprender a escrever", na verdade quero dizer "aprender a escrever algo que outras pessoas apreciem ler". Troque experiências, converse, leia, esteja sempre em contato com outros escritores – pode ter certeza de que isso não irá “ferir a sua arte particular”, pelo contrário, irá apenas dar mais instrumentos para que você possa melhor expressá-la. Existem muitas oficinas, livros e blogs com conselhos sobre como escrever bem, mas a verdade é uma só: você só aprende a escrever escrevendo! Nada justifica não escrever AGORA se você tem vontade; deixe as desculpas de lado e comece logo. O que você escrever vai ser, provavelmente, aquém do que você gostaria - mas muitos grandes escritores descartam a maior parte do que escrevem; e isso faz parte do ofício: se você não escreve muitas ‘ostras’, não terá onde achar suas pérolas! Obviamente, para escrever um escritor precisa de "bagagem". Ele precisa não apenas ter conteúdo, ter o que dizer, mas principalmente precisa saber COMO dizer - e isso só se aprende lendo. Diversas vezes escutei novos escritores dizerem o total contrasenso (agora sem hífen...) “gosto de escrever, mas não gosto de ler”. É como se um músico dissesse “gosto de compor músicas, mas não gosto de ouvir música”! Continuando a receita: Além de ler muito, aprenda a observar, no sentido que Conan Doyle, através do seu (pouco amado pelo autor...) “Sherlock Holmes” , dava à palavra. Não apenas ver, mas OBSERVAR. Por exemplo: se você mora ou trabalha em um prédio, quantos degraus há entre um andar e outro? Estes degraus têm faixa antiderrapante para evitar escorregões? Usualmente eles estão limpos, ou têm alguma sujeira? Que tipo de sujeira? Se você já viu os degraus diversas vezes mas não sabe responder estas perguntas, é porque nunca os observou, efetivamente. A observação é a chave ativar a imaginação e a memória de um bom escritor, permitindo que ele crie histórias mais interessantes. E não basta a observação pela TV, são os pequenos detalhes que fazem a diferença. Qual o ruído de fundo de seu local de trabalho? Como são os cheiros em uma feira, em um mercado, em um parque, em um cemitério? Como são os olhares das pessoas que cruzam por você na rua? Um escritor precisa ser um leitor; precisa saber observar a realidade, e precisa saber misturar sua imaginação com sua memória para dar consistência aos mundos que criar. Mas acima de tudo ele precisa escrever – pois só se aprende a escrever escrevendo!

6 de janeiro de 2010

Divulgação - palestras do James McSill

Amigos! Seguem os convites para novas palestras do James McSill. Quem não o conhece, dê uma conferida em seu site, http://www.mcsill.net/. Vale à pena, especialmente para quem precisa de um "chá de realidade" sobre o mercado livreiro.
Caro autor, Está pensando em vender aquele manuscrito há muito descansando na gaveta? Inscreva-se para a série de três palestras patrocinadas pela Steps2. James McSill falando com autores que querem ser publicados: * Palestra 1: A estrutura básica (6 de Janeiro de 2010 - 10h00 Lisboa / 08h00 Rio de Janeiro) * Palestra 2: A estratégia (23 de Janeiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) * Palestra 3: Preparação, planejamento e produção (6 de Fevereiro de 2010 - 21h00 Lisboa / 19h00 Rio de Janeiro) Para obter informações, clique no link abaixo. http://www.steps2.net/ Abraços, Jamie

4 de janeiro de 2010

O Sucesso ainda é uma questão de escrever boas histórias...

A
ntes de mais nada, Feliz Ano Novo para todos! Já escreveram suas metas para este ano?
As minhas incluem divulgar melhor meus livros, inclusive um sobre criação de jogos de computador (que sai no final de janeiro), escrever artigos para revistas literárias e culturais (como a Bravo!, Piauí, Nós, Discutindo Literatura, o jornal Rascunho, Entre Livros, Língua Portuguesa e outras), manter e divulgar mais este blog (é claro), com postagens a cada 15 dias; e terminar e conseguir editoras para os dois livros que comecei a escrever ano passado, além de participar de algumas feiras literárias de que tradicionalmente participo.
Para atingir estas metas, estou preparando uma agenda com as metas a realizar a cada mês, para poder focar as energias em objetivos de curto prazo, sem perder de vista os objetivos de longo prazo. Sugiro que vocês façam o mesmo. Lembrem-se que a persistência é tudo (uma página por dia leva a 365 páginas ao fim do ano); e que para escrever bem é necessário, antes de tudo, treinar! Então, o que estão esperando? Eu estou em dia com minhas páginas!

Mas não é sobre isso que eu queria falar. Comentei em postagens anteriores que o mercado livreiro é justamente isto: um mercado. Em outras palavras, o escritor precisa se preparar para encarar sua obra de arte como um produto, que só será atrativo para as editoras se tiver um potencial real de venda ou, em outras palavras, um público-alvo bem definido e de tamanho significativo.
Para poder enfrentar com sucesso o desafio de conseguir uma editora e, mais que isso, chegar aos leitores, o escritor precisa muitas vezes se desdobrar para conhecer o mercado, o esquema de distribuição, as livrarias, e muito mais.

E se o mercado nacional é assim, imaginem como é o mercado americano, que é ainda mais competitivo, mais voltado para números; um mercado onde um pequeno escorregão pode colocar uma carreira ascendente por terra. Qual não foi minha surpresa, então, ao ler um texto (dentre os materiais de estudo que comprei quando fui a Los Angeles) de um dos maiores agentes literários dos Estados Unidos, onde por diversas páginas ele disse e reforçou que o sucesso para qualquer escritor “ainda é uma questão de escrever boas histórias”.
Falando com propriedade, ele reconheceu os desafios e dificuldades de novos autores, e as barreiras que o próprio mercado erige por conta do excesso de profissionalização e enrijecimento dos processos de trabalho em editoras e agentes.
Mas ele reconhece, neste texto, que o editor e o agente literário, com raras exceções, são pessoas que entraram para o mercado livreiro justamente por causa de sua paixão por livros; e que estas pessoas, ao se depararem com um bom texto, farão de tudo para conseguirem publicá-lo.
Corroborando estas declarações, li diversos depoimentos de outros agentes literários que dizem se sentir como crianças à procura de tesouros escondidos quando iniciam a leitura de cada original, e que este sentimento de busca pelos textos de qualidade é o que os motiva a continuarem na profissão.
A meu ver, o autor precisa, sim, saber mais do que “só” escrever boas histórias para conseguir um espaço ao sol. Mas estes conhecimentos a mais são adquiridos com a experiência, com o passar dos anos e o contato com outros profissionais da área.

Então, agora sim, segue minha sugestão para o ano que inicia: Continuem escrevendo, não desanimem, e procure sempre que possível o contato com outros profissionais do mercado do livro!

 “Podem me chamar de sonhador, mas eu não sou o único” (John Lennon): Se você tem boas idéias, não está fechado para aprender, e tem persistência para continuar em frente, o sucesso é apenas uma questão de tempo.