13 de novembro de 2014

Dúvidas de Escritores - Contratos, Financiamento e Liberdade de escrita


E

m meio às correrias de sempre, com pós-graduação, leituras críticas, encomendas de editoras (que foram muitas este ano, ainda bem!) e outras, consegui uma brecha para consolidar perguntas que recebi por e-mail ou como comentários aqui no Vida de Escritor, em mais um post da série Dúvidas de Escritores.
A regra vocês já conhecem: Se sua pergunta não está aqui, nem em nenhum dos posts anteriores da série, não se acanhem, podem perguntar, que se eu não souber a resposta me comprometo a descobri-la para você!
Nesta edição e nos próximos posts (são muitas perguntas...), escolhi os mais variados assuntos, espero que gostem!
Questão: Queria saber se menores de idade podem mandar um livro para editora, precisa de alguma coisa extra?
Resposta: As editoras não fazem restrições sobre quem envia os originais para elas, na maior parte das vezes.  No entanto, como menores não podem assinar o contrato de edição caso o livro seja aceito, o ideal é deixar sempre um responsável ciente para que ele possa ajudar quando necessário.
"Nunca reclame por ser mal compreendido. Você escolhe ser compreendido, ou não."
David Hare, escritor inglês de peças de teatro, TV e cinema

Questão: Como consigo algum tipo de financiamento para ajudar na publicação de meu livro?
Resposta: Esta questão de publicação é muito complicada, e em especial para quem vive longe das grandes editoras (leia-se São Paulo, e em segundo lugar Rio, BH e Porto Alegre). Quanto ao financiamento, procure pelo Fundo de Apoio à Cultura (ou algo semelhante) da Secretaria de Cultura de Curitiba, normalmente toda Secretaria de Cultura tem fundos para apoiar a publicação, e são bem menos burocráticos do que a lei Rouanet, que não só é um pesadelo burocrático como também depende de você, depois de conseguir ser seu projeto aprovado, precisar achar empresas que queiram gastar dinheiro nela (porque o projeto basicamente permite que a empresa tire parte dos seus impostos para financiar ações culturais, mas pelo que me lembro não é uma relação 1-1, é algo do tipo “A cada X que você investir em cultura, tem Y de isenção”, com Y < X. Ou seja, a empresa vai efetivamente desembolsar dinheiro para seu projeto, e achar empresas dispostas a isto nunca é muito fácil.

Questão: (Acredito que) somente os escritores de peso e renome tem uma liberdade absoluta para escreverem o que desejam sem muitas restrições. Gostaria de conhecer sua opinião e que falasse mais sobre isto
Resposta: A questão da liberdade de expressão realmente é instigante. Acredito que o escritor deve ter sempre em mente seu público alvo, afinal, ele escreve para este público. Nesta linha, o escritor, mesmo famoso, só é totalmente livre se seu público alvo for composto apenas por uma pessoa: ele mesmo. Se não, ele sempre vai pensar no QUE DEVE ou não deve escrever; em COMO DEVE ou nçao deve escrever; no QUE INTERESSA este público, e por aí vai.
Se você escreve um livro estilo biografia para sua familia, ele pode ser chato para outras pessoas e interessante para a família, que conhece os personagens ao vivo.
Se você escreve um livro para acadêmicos, ele pode ser complexo, difícil de ler, e ainda assim ter grande aceitação.
E se você escreve para "o grande público", então cai nesta linha que você falou: o filtro inicial vai ser o editor; e se você publicar sem editor, então o próprio publico será o filtro. O editor sugere o que acha que vai aumentar a chance de seu livro interessar mais gente, então não deve ser visto como um "castrador", mas como um "orientador". Pelo menos é o que eu penso.

Afinal, livros são feitos para serem lidos, e como escritor quero que meus trabalhos sejam lidos pela maior quantidade possível de pessoas!

E você, o que você gostaria de saber mas não tem para quem perguntar? Fale conosco!

Gostou? este post!

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