5 de junho de 2015

Workshop de Escrita de Ficção e Dúvidas de Escritores!


E
stamos a apenas uma semana da sexta edição do Workshop de Escrita de Ficção, que vai acontecer nos dias 13 e 14 de junho, em Brasília.

Para quem ainda não sabe, a proposta deste workshop é apresentar ferramentas práticas, bem objetivas, que ajudam a organizar o trabalho de produção de um livro, desde a premissa inicial, que valida se sua ideia é capaz de sustentar uma trama inteira, até a parte final, com técnicas para melhorar tornar seu texto algo que o leitor não consegue largar.  Cada apresentação é seguida de exercícios práticos, onde você não só vai fixar o conhecimento e tirar dúvidas, como também poderá já organizar as ideias de sua próxima obra.

O resultado é tão útil para quem está começando quanto para quem já escreve faz tempo, mas mantém o desejo de aperfeiçoamento contínuo através da troca de experiências com outros escvritores.

Saiba mais detalhes, incluindo a agenda do evento e alguns depoimentos de participantes de edições anteriores, no site do Workshop de Escrita de Ficção.

Neste post retomamos a série Dúvidas de Escritor, respondendo a perguntas sobre registro de ISBN, bloqueio criativo e sobre o medo de enfrentar uma carreira como a de escritor.
Aproveitem, divirtam-se e comentem!

Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira
e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 
Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!
Esta semana,  Escriba Encapuzado publicou a participação de Caio Rodrigues Alves, jovem carioca que atua como empreendedor, empresário e escritor romancista. Conheça mais sobre seu trabalho mais recente, O Segredo das Runas nas páginas do livro no FaceBook e Skoob.
* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.

Questão: Quanto ao registro no ISBN, é conveniente fazer antes de enviar o original às editoras, como garantia?
Resposta: O registro do ISBN é realizado apenas por editoras, e é único para cada edição do livro. Você provavelmente pensou no registro do livro na Biblioteca Nacional, que este sim, sempre é bom fazer. Custa só R 20,00 e pode ser feito pelo correio (e em breve por um sistema informatizado); confira os detalhes na área de serviços do site da Biblioteca Nacional.
"O segredo do Sucesso é definir metas que dependam apenas de você - e trabalhar dia e noite, sem esmorecer, até atingí-las."


Questão: Estou escrevendo um livro, mas várias vezes não sei por onde começar e terminar. Às vezes dá um branco e eu não sei o que fazer...
Resposta: Há diversas formas de escrever, e em quase todas, ou em todas, há este risco de “dar um branco”. Eu apresento workshops para escritores onde eu ensino técnicas para organizar seu trabalho que em grande parte previnem estes “brancos”; mas mesmo sem entrar em muitos detalhes posso te dar uma dica valiosa: ao invés de simplesmente “sair escrevendo”, planeje antes. Por exemplo, uma das formas de fazer isso é você escrever um pequeno resumo do que seria o primeiro capítulo de sua história, em um parágrafo; depois um parágrafo para o segundo capítulo, e daí por diante. Assim, você consegue visualizar toda a história antes de começar; e “dar um branco” neste momento é mais difícil, porque você não está se preocupando com detalhes, só com uma visão geral da coisa. Se mesmo assim der um branco, você pode, por exemplo, escrever qualquer coisa, mesmo que “tosca”, e continuar em frente; daqui a pouco as ideias começam a fluir e a história engrena de novo; ao fim do trabalho (ou quando bater uma ideia melhor...) basta voltar e corrigir os resumos de capítulo que estão ruins.
Apenas como exemplo, seguem os textos que escrevi quando estava me organizando para escrever  um novo livro, com título ainda não definido:
  1. Daniel chega a uma nova escola, e se sente deslocado. Em uma atividade para começar o ano, a professora pede que se reúnam em grupos para um trabalho, assim quem está chegando agora (Daniel e outros) poderá se entrosar mais fácil. Daniel procura um grupo, e é rejeitado grosseiramente por um grupo de garotos.
  2.  Ele se controla, e quando é chamado por Bia para participar de grupo, os garotos passam a perna nele e o fazem cair. A turma ri, Daniel se levanta com raiva, mas como prometera à sua mãe se controlar, pois havia sido expulso da escola anterior por causa de seu gênio explosivo, ele se controla. Bia o ajuda dizendo que não vale a pena. Daniel vai para o grupo, os meninos implicam com ele (“Ai que medo! Viu a carinha dele?”).
  3. No grupo, Daniel conhece Virgilio. Magro, esquisito, com camisa social com bolsos (quem usa camisa social para a escola?). Virgilio aperta sua mão, e diz que se assustou quando ele levantou, achou que ele ia quebrar a cara dos garotos. Clima fica estranho. Sombra passa pelo rosto de Daniel. Daniel: "eu ia..." Conta ou não conta o que ocorreu na última escola? Não - é muito cedo para confissões!
Veja que estes textos são apenas ideias gerais, rascunhos para meu uso particular e que ajudam a definir o rumo da história; quando fui escrever cada "lembrete" destes virou algo de duas a cinco páginas, até porque vários elementos são adicionados posteriormente. Mas, mesmo que simplistas, ao terminar sua história desta forma você terá uma noção mais precisa de um possível caminho a seguir, o que ajuda a evitar bloqueios.

Questão: Tenho medo de que dê tudo errado, porque sou nova nisso. E aí tenho medo de ser um fracasso, de que não tenha o necessário para me tornar alguém conhecido... 
Resposta:  E quem não tem este medo, em qualquer coisa na vida? hehehe...
Falando sério: em TUDO na vida, em cada prova, no PAS, no primeiro emprego, a cada namoro, se pararmos para pensar, em tudo a risco de fracasso.
O coração da questão está ONDE você coloca suas definições de sucesso e fracasso: O seu sucesso deve depender de VOCÊ, não de algo externo a você.
Neste caso específico, o sucesso deve ser, por exemplo, escrever um livro, colocar no papel esta vontade toda, e ter o prazer de ver a obra completa, um registro de sua existência, de seu mundo interior, para amigos, parentes e a posteridade, uma prova de que você corre atrás de seus sonhos, como você mesma disse. Isso já é um grande sucesso! Quantas pessoas você conhece que começaram a escrever um livro e realmente o terminaram?
Publicar hoje é fácil, você o faz de graça no formato digital, direto no site da Amazon, ou em papel a partir de um projeto de crowdfunding (como nos sites Catarse.com ou Vakinha.com.br) ou em editoras que imprimem sob demanda. Agora, se você conseguir vender muito, ficar famosa e rica, isso é um bônus, porque na verdade o seu sucesso é ser feliz com SUAS REALIZAÇÕES, por ter feito isso por amor, como você falou, não por fama e fortuna, que podem até ser bons, mas demoram muito a acontecer e também dão um monte de problemas,

Bom, é isso. Uma última dica é que escrever é fácil, mas escrever bem dá trabalho, como qualquer coisa. Da mesma forma como, sei lá, começar a jogar sinuca é fácil, mas se tornar um craque leva tempo e esforço, o mesmo se dá com a escrita.
Não se iluda de pensar que o que escrever vai sair bom “de primeira”; isso raramente (ou nunca...) acontece.
Mas se você não desistir, continuar tentando, aos poucos as coisas começam a fazer mais sentido, seu texto vai ficando mais bonito, mais interessante, e quando você perceber, será um grande escritor!

E você, o que você gostaria de saber mas não tem para quem perguntar? Fale conosco!

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