17 de novembro de 2016

Tudo o que você gostaria de saber sobre como escrever e publicar um livro mas não tinha para quem perguntar


E
m 2010 produzi uma primeira versão de um livro chamado provisoriamente de "Tudo o que você gostaria de saber sobre como escrever um romance pronto para o sucesso mas não tinha para quem perguntar". 
Cheguei, na época, a escrever um post com uma lista de livros que apresentavam orientações sobre como escrever um livro, publicado com o título de Tudo o que você queria saber sobre como escrever um livro, onde eu mencionava este meu futuro trabalho.
De lá para cá foram quase 6 anos de aprendizado, de crescimento como ser humano e como escritor. Neste tempo, além de ultrapassar a barreira dos 10 livros publicados (hoje são 12 livros publicados, sem contar os 6 livros técnicos e participações em múltiplas coletâneas), apresentei 11 edições do Workshop de Escrita de Ficção, sendo 8 destas abertas para o público em geral.
Neste tempo, minhas certezas sobre o que é necessário para escrever, sobre como conseguir uma editora, sobre as diferentes formas de se publicar o livro e as maneiras de divulgá-lo sofreram grandes mudanças, deixando em no lugar apenas uma grande certeza: O que e escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer.
A frase é de Samuel Johnson, e a primeira vez que a ouvi foi dos lábios do atual editor da Trampolim, Victor Tagore, que na época era editora da Thesaurus editora.
“O que é escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer”  
Samuel Johnson, escritor, poeta, ensaísta e crítico literário inglês do século XVIII
Em meu livro sobre técnicas de escrita, que assumiu o título de "A Bíblia do Escritor" agora que foi publicado, busquei refletir esta certeza da melhor forma possível: mostrando que não há uma forma certa de escrever um livro, mas muitas. Da mesma maneira, não há uma única forma de publicar um livro (papel ou virtual? Edição completa ou impressão sob demanda? Por conta própria ou por uma editora?), e nem uma "fórmula de sucesso" para fazer seu livro chegar aos leitores.
Meu objetivo com o "A Bíblia do Escritor" não foi mostrar um caminho, mas vários. Quando dou uma visão geral sobre o processo de escrita, por exemplo, fiz questão de destacar os escritores que fazem muito sucesso dentro de cada processo:
Estes escritores são a prova de que não há uma forma "correta" de se escrever um livro, uma "fórmula do sucesso", ou algo "obrigatório" a ser seguido neste processo; e qualquer pessoa que diga o oposto deve ser desconsiderada como mal informada ou mal intencionada.
Quanto a mim, escrevo de uma forma diferente destas; o mais usual é que eu estruture o texto antes de escrever, mas já produzi pelo menos dois livros usando o método de "sentar e sair escrevendo". Já falei sobre isso em outros posts, mas posso aprofundar o assunto caso vocês se interessem.
Embora não haja uma "forma correta" de se escrever, ouso dizer que há, sim, alguns pontos que devem ser atingidos no resultado final: Os personagens precisam ser convincentes, coerentes e interessantes, o leitor precisa se importar com eles. O texto precisa ser escrito de forma a ser atrativo ao seu público alvo. A trama deve ser envolvente, o leitor precisa se interessar em descobrir "onde aquilo vai dar". E por aí vai.
Independente da forma que você escreva, e até mesmo do resultado que deseja atingir, há apenas uma certeza: O leitor precisa sentir prazer na escrita. E conseguir um texto que dê este efeito não "acontece por acaso", é necessário revisar muito, evoluir muito o texto desde a versão inicial. Não se iluda, só com esforço e dedicação é que se consegue este efeito.
 O que faço em "A Bíblia do Escritor" é basicamente isso: apresento ferramentas práticas para organizar a produção de um romance ou roteiro de longa metragem, indicando as vantagens de usar cada ferramenta e os prós e os contras de cada processo de escrita, de forma a você poder selecionar aquelas técnicas que têm o potencial de efetivamente melhorar seu método particular de trabalho.
E como estou sempre aprendendo, estou sempre aberto a ideias tanto para a segunda edição do livro quanto aqui para o blog. Até porque a melhor qualidade de qualquer profissional, em qualquer área, é ter a certeza de que sempre há o que aprender e estar aberto a isso.

E você, tem um processo particular de escrita? Comente e compartilhe com os colegas!


Gostou? este post!

Tudo o que você gostaria de saber sobre como escrever e publicar um livro mas não tinha para quem perguntar


E
m 2010 produzi uma primeira versão de um livro chamado provisoriamente de "Tudo o que você gostaria de saber sobre como escrever um romance pronto para o sucesso mas não tinha para quem perguntar". 
Cheguei, na época, a escrever um post com uma lista de livros que apresentavam orientações sobre como escrever um livro, publicado com o título de Tudo o que você queria saber sobre como escrever um livro, onde eu mencionava este meu futuro trabalho.
DDe lá para cá foram quase 6 anos de aprendizado, de crescimento como ser humano e como escritor. Neste tempo, além de ultrapassar a barreira dos 10 livros publicados (hoje são 12 livros publicados, sem contar os 6 livros técnicos e participações em múltiplas coletâneas), apresentei 11 edições do Workshop de Escrita de Ficção, sendo 8 destas abertas para o público em geral.
Neste tempo, minhas certezas sobre o que é necessário para escrever, sobre como conseguir uma editora, sobre as diferentes formas de se publicar o livro e as maneiras de divulgá-lo sofreram grandes mudanças, deixando em no lugar apenas uma grande certeza: O que e escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer.
A frase é de Samuel Johnson, e a primeira vez que a ouvi foi dos lábios do atual editor da Trampolim, Victor Tagore, que na época era editora da Thesaurus editora.
“O que é escrito sem esforço, geralmente é lido sem prazer”  
Samuel Johnson, escritor, poeta, ensaísta e crítico literário inglês do século XVIII
Em meu livro sobre técnicas de escrita, que assumiu o título de "A Bíblia do Escritor" agora que foi publicado, busquei refletir esta certeza da melhor forma possível: mostrando que não há uma forma certa de escrever um livro, mas muitas. Da mesma maneira, não há uma única forma de publicar um livro (papel ou virtual? Edição completa ou impressão sob demanda? Por conta própria ou por uma editora?), e nem uma "fórmula de sucesso" para fazer seu livro chegar aos leitores.
Meu objetivo com o "A Bíblia do Escritor" não foi mostrar um caminho, mas vários. Quando dou uma visão geral sobre o processo de escrita, por exemplo, fiz questão de destacar os escritores que fazem muito sucesso dentro de cada processo:
Estes escritores são a prova de que não há uma forma "correta" de se escrever um livro, uma "fórmula do sucesso", ou algo "obrigatório" a ser seguido neste processo; e qualquer pessoa que diga o oposto deve ser desconsiderada como mal informada ou mal intencionada.
Quanto a mim, escrevo de uma forma diferente destas; o mais usual é que eu estruture o texto antes de escrever, mas já produzi pelo menos dois livros usando o método de "sentar e sair escrevendo". Já falei sobre isso em outros posts, mas posso aprofundar o assunto caso vocês se interessem.
Embora não haja uma "forma correta" de se escrever, ouso dizer que há, sim, alguns pontos que devem ser atingidos no resultado final: Os personagens precisam ser convincentes, coerentes e interessantes, o leitor precisa se importar com eles. O texto precisa ser escrito de forma a ser atrativo ao seu público alvo. A trama deve ser envolvente, o leitor precisa se interessar em descobrir "onde aquilo vai dar". E por aí vai.
Independente da forma que você escreva, e até mesmo do resultado que deseja atingir, há apenas uma certeza: O leitor precisa sentir prazer na escrita. E conseguir um texto que dê este efeito não "acontece por acaso", é necessário revisar muito, evoluir muito o texto desde a versão inicial. Não se iluda, só com esforço e dedicação é que se consegue este efeito.
 O que faço em "A Bíblia do Escritor" é basicamente isso: apresento ferramentas práticas para organizar a produção de um romance ou roteiro de longa metragem, indicando as vantagens de usar cada ferramenta e os prós e os contras de cada processo de escrita, de forma a você poder selecionar aquelas técnicas que têm o potencial de efetivamente melhorar seu método particular de trabalho.
E como estou sempre aprendendo, estou sempre aberto a ideias tanto para a segunda edição do livro quanto aqui para o blog. Até porque a melhor qualidade de qualquer profissional, em qualquer área, é ter a certeza de que sempre há o que aprender e estar aberto a isso.

E você, tem um processo particular de escrita? Comente e compartilhe com os colegas!


Gostou? este post!

25 de outubro de 2016

Sobre premissas de histórias centradas em personagens

S
eguindo o pedido de alguns colegas, hoje vou falar um pouco sobre livros centrados em personagens.
Vejam, boa parte do que falo aqui no blog serve para qualquer 'tipo' de livro de ficção: diálogos, dicas de revisão, ritmo, leitura crítica, mercado, estrutura da cena, ponto de vista, e muitos etc.
No entanto, recentemente estive revisando as dicas sobre premissa estruturada, pontos de virada e estruturação da trama, e percebi que embora possa ser utilizadas em qualquer caso, as histórias centradas em personagens (em contraste com as centradas na trama) se enquadram melhor com alguns ajustes.
Quando falo de premissa estruturada em meus workshops, eu apresento para os participantes os elementos que devem estar presentes na premissa: O status quo (onde e quando a história se passa), a apresentação do protagonista, a apresentação do antagonista e os objetivos de cada um - que, invariavelmente, levarão ao conflito que faz a história ir em frente. “O gato deitou no tapete" não é o começo de uma história, mas "o gato deitou no tapete do cachorro” John le Carré, escritor britânico
Em histórias cujo foco é a trama, a figura do antagonista é tão significativa que já cheguei a chamá-lo de "herói do escritor", no post Vilões: os verdadeiros heróis dos escritores!, onde detalho mais estes pontos da premissa estruturada .
Obviamente, a existência de um antagonista faz a história crescer em ritmo e aumenta a ansiedade (e o interesse) do leitor em saber o que ocorre com o personagem principal.
No entanto...
No entanto, já perdi a conta de filmes belíssimos que vi, e livros maravilhosos que li, onde o antagonista simplesmente não existe.
Em histórias onde o foco é o personagem, a premissa pode ser uma pergunta muito mais aberta, restrita à apresentação do status quo, do protagonista e de algo que quebra sua rotina.
O conflito, que sempre é o coração da história (veja a frase de John de Carré no box deste post...), precisa existir. Mas não precisa ser um conflito com outro personagem. Em histórias centradas no personagem, o conflito pode ser simplesmente algo que mexe com o cotidiano ou as certezas do personagem, colocando-o em uma situação de exceção - que não necessariamente se resolve ao fim.
O filme francês Asphalte, por exemplo, é composto por pequenas histórias de pessoas comuns que têm sua rotina abalada por fatos mais ou menos relevantes - desde a chegada de uma nova moradora, uma ex-atriz que amplia os horizontes culturais de um garoto local, até o insólito caso de um astronauta americano que aterrissa por engano no teto de um prédio, e que leva uma senhora local a precisar hospedá-lo enquanto a Nasa procura um disfarce para esconder a falha que o levou ali.
Pensando de maneira aberta, podemos imaginar que a idade, a doença, a quebra da rotina que leva o personagem para fora de sua zona de conforto, o novo elemento que faz o personagem refletir sobre sua vida até aquele momento seriam os "antagonistas" destas histórias.
No entanto, a existência de um antagonista externo, um personagem que constantemente desafie o personagem e dificulte a sua vida, é algo que tem um poder incrível na definição do ritmo da história. O mais difícil no caso deste tipo de histórias centradas em personagens é justamente criar uma premissa - e, a partir dela, toda uma história - que se sustente sem este elemento.
O "segredo" - e só digo "segredo" porque também o é para mim, uma vez que não consigo ver uma "fórmula" para que isso aconteça - é criar personagens com quem o leitor se importa. Personagens que geram empatia, que, por si sós, deixem o leitor curioso o suficiente para continuar lendo.
Dois exemplos extremos, a meu ver, e que podem ajudar a entendermos melhor este tipo de história, são os protagonistas dos filmes O Curioso Caso de Benjamin Button e Peixe Grande, que mostram não vidas comuns, mas (pedaços de) vidas maravilhosas. Não há antagonistas, exceto, talvez, o tempo, e terminamos o filme com a sensação de querermos ter visto mais, ansiosos, mesmo, por rever o filme para conhecer um pouco mais aqueles personagens incríveis.
Há muitos anos que eu tinha a pretensão de escrever algo assim - inclusive mencionei a premissa do que seria o futuro "As Incríveis Memórias de Samael Duncan" (lançado em agosto de 2016 pela Bagaço Editora) no post Primeiras coisas primeiro: Por onde começar a escrever seu romance, cujo foco também é a premissa da história. Apesar de confiar na história, só tive a certeza de que "acertei o ponto" quando, ao conversar com Priscila Barbosa, a capista e ilustradora, ela mencionou que tinha gostado tanto do livro que após terminar de lê-lo leu de novo - e depois, mais uma vez. A capa e as ilustrações ficaram maravilhosas, mas o maior presente da Priscila para mim foi este comentário!
O segredo de criar personagens que interessam ao leitor?
Já publiquei alguns posts sobre personagens, mas este 'detalhe' ainda é um mistério para mim.
Eu os escrevo como se fossem pessoas reais, pessoas pelas quais me importo, pessoas que amo.
E isso parece funcionar.

E você, o que acha que faz diferença na criação de um personagem? Comente e compartilhe com os colegas!

Gostou? este post!

11 de outubro de 2016

A importância do hábito de escrever

S
ó há uma forma realmente comprovada de melhorar sua escrita: escrevendo.
Falando assim parece algo simplista, bobo até, mas a verdade é que não são poucos aqueles que dizem que "não escrevem bem", simplesmente, como se "escrever bem" fosse algo com que você nasce, e não algo que possa ser desenvolvido.

No livro "Fora de Série" (Outliers), Malcolm Gladwell lança a ideia de que as pessoas que são excepcionais no que fazem, "fora da curva", seja cantar, praticar esportes ou programar computadores, são aquelas que tiveram a oportunidade de começar a praticar o que gostam desde cedo em suas vidas, e ao atingir (pelo menos) 10.000 horas, chegaram a este "estado de excelência". Aí, quando assistimos seu sucesso, ficamos maravilhados com seu "dom"...

A minha opinião é que sim, a prática leva a perfeição.  No entanto (e reforço aqui que esta é apenas minha opinião, sem os estudos estatísticos que baseiam a obra de Gladwell), minha experiência de vida me diz que algumas pessoas têm facilidade para determinados assuntos, e dificuldades com outros. Assim, uma pessoa que tem facilidade para escrever pode atingir seu ápice antes das tais 10.000 horas; enquanto outra que tenha dificuldades com o tema provavelmente precisaria mais do que estas horas para se tornar uma sumidade. “Prática não é a coisa em que você é bom. É a coisa que faz com que você seja bom.” Malcolm Gladwell, escritor e jornalista britânico

Outro ponto que acredito é que as experiências são intercambiáveis em alguns casos.  Por exemplo, quem lê muito desenvolve uma certa facilidade para escrever, então é como parte das 10.000 horas necessárias para se tornar um excelente escritor pudesse ser "paga" com horas de leitura.

E é aí que reforço o poder - e a necessidade - de estabelecermos o hábito de escrever diariamente, se possível; no máximo a cada dois dias se não for. Se o hábito não faz o monge, com permissão para o trocadilho, o hábito pode sim fazer o escritor.
Independente de você acreditar ou não no que Malcolm Gladwell sugere em seu livro, é um fato incontestável que sua escrita só vai se melhorar com prática. E se você não tem o hábito de escrever, quando é que sua escrita irá melhorar?  E, acredite, por melhor que você escreva, sempre seus escritos atuais são melhores do que os de alguns anos antes.

Como todo hábito, estabelecer um hábito de escrita não é fácil. Na correira do dia a dia, nunca temos tempo para nada...  Ou será que temos?
Quanto tempo você passa por dia no WhatsApp, Facebook, Instagram ou sua rede social favorita, trocando ideias não necessariamente construtivas com amigos ou, muitas vezes, desconhecidos? Quanto tempo você perde passando de um canal para outra na TV, procurando algo para assistir? Ou vendo notícias repetidas em telejornais ou sites de informação? Ou jogando joguinhos repetitivos no celular?

A dolorosa verdade é que não nos falta tempo, o que falta é priorização. Falta vontade. Colocamos a culpa no cansaço, na falta de inspiração, em uma ou outra decepção que nos abate... Mas, apesar de tudo isso, continuamos com nossos antigos hábitos.

Estudos indicam que um hábito novo, em média, leva três meses para se estabelecer em nossa rotina, para "sentirmos falta" caso deixemos de fazê-lo algum dia, seja ele fazermos exercício em uma academia, deixar de fumar ou escrever um livro. Mas minha proposta para vocês é mais simples que isso.

Mais que uma proposta é um desafio: escolha AGORA um espaço de 30 minutos em sua agenda e reserve-o para escrever, todos os dias, sem interrupção. Pode ser no início do dia, no almoço, antes de dormir ou no intervalo das aulas. Você pode escrever no computador, no celular ou em papel, não interessa.  Escreva mesmo doente, mesmo se inspiração, mesmo que o mundo todo diga não. Escreva mesmo sem saber onde a história vai dar. Não se preocupe se o resultado está saindo bom, o que você está fazendo é meramente exercitar sua mente. E lembre-se que se você gostar do resultado, inspirado ou não, sempre será necessária uma revisão, então não perca tempo relendo ou revisando o que já fez: continue em frente, todos os dias, por um mês. 

Apenas um mês.  Eu garanto que sua vida e seu modo de ver a escrita vão mudar.

E você, conseguiu incluir em sua rotina o hábito de escrever? Tem alguma dica para os colegas? Compartilhe!

Gostou? este post!

31 de agosto de 2016

7 Coisas que aprendi - Por Rossana Cantarelli


"7 Coisas que aprendi" é uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, onde T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores e outros profissionais do mercado livreiro e literário para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. 

Sempre é bom lembrar que em maio deste ano lançamos um e-book com 61 contribuições de escritores e profissionais do mercado.  E estamos agora juntando contribuições para a próxima edição!  Então, se você é escritor iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, se é editor, capista, ilustrador, revisor, agente literário ou mesmo um leitor ávido com algo para compartilhar, não perca tempo e envie sua contribuição para esta série de artigos!

Esta semana temos no Escriba Encapuzado a contribuição de Marcos Mota, autor da série de fantasia Objetos de Poder.  Saiba mais sobre o autor e sua série em seu site oficial, e leia suas "7 coisas" no Escriba Encapuzado.

E aqui no Vida de Escritor temos a contribuição de Rossana Cantarelli, que nos oferece algumas pérolas daquele bom senso que muitas vezes falta a alguns escritores, justamente por nunca terem parado para pensar sobre isso. Aproveitem!
  1. Não basta ter uma boa história, ela tem que ser bem escrita. Invista em cursos de português.
  2. Leia muito, mas jamais tente copiar o estilo de alguém. Descubra qual seu estilo.
  3. Aceite críticas e aprenda com elas.
  4. Avalie muito bem a editora que está pretendendo publicar seu livro. Não se atire na primeira por desespero.
  5. Uma boa história tem que surgir naturalmente, sem cobranças. E ela surge, pode ter certeza.
  6. Está sem inspiração? Largue tudo, vá caminhar ou tomar uma cerveja com os amigos. Não insista.
  7. Acredite em você. Se você não acreditar, ninguém vai fazer isso por você. Coragem!
 Sobre a autora: Rossana Cantarelli Almeida é gaúcha de Santa Maria. Advogada e Analista Jurídica da Procuradoria Geral do Estado. Casada com Marcelo há 9 anos. Mãe do Cassio, 5 anos; madrasta do Arthur, 15 anos. Mesmo quando tudo parecia perfeito em sua vida, alguma coisa a angustiava. Sem saber direito o que era, e em confidências com seu marido, ele lhe disse uma noite: apaixone-se por você! E foi então que Rossana começou a escrever. Sua história foi tomando forma; personagens, diálogos, dramas iam surgindo na sua mente. Até que nasceu “Apenas Respire – Rock e perfume: paixão no ar”, seu primeiro romance, publicado pela Editora Multifoco. Já tem outros dois livros escritos, à espera de publicação. Seu livro pode ser encontrado no site da editora Multifico e na Livraria Cultura .

* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
Gostou das 7 dicas do Marcos? Quer aprender mais com a experiência de 58 escritores e mais 3 profissionais do mercado literário? Baixe agora o eBook gratuito da série 7 coisas que aprendi

Veja a opinião de outros autores no  Vida de Escritor e no Escriba Encapuzado.
Até o post que vem - e enquanto isso pensem em SUAS 7 coisas e enviem suas contribuições

Gostou?  este post!

11 de agosto de 2016

Leitura crítica, agenciamento literário, revisão, editoras, distribuidoras... Conheça mais do mercado editorial!




L
eitura crítica, agenciamento literário, revisão, editoras, distribuidoras, livrarias...
Para quem está começando a escrever, são tantos os papéis e serviços envolvidos na criação, impressão, divulgação e venda de um livro que a confusão é certa.

 Seguindo, então, a sugestão de uma colega, neste post vamos dar uma visão (muito) simplificada de alguns dos profissionais e serviços envolvidos nos processos de criação, divulgação e venda de um livro. Qualquer dúvida, fiquem à vontade para perguntar!
Além destes papéis, há também clubes, associações e agremiações variadas de escritores e de leitores, coaches literários, empresas que promovem ações de storytelling corporativo e muitos outros indivíduos ou grupos que atuam de forma mais ou menos relacionada com o mundo literário; mas espero que o que apresento sejam aqueles papéis mais úteis para o escritor.
Escrever pode ser uma atividade solitária, embora não necessariamente o seja. Produzir um livro é obrigatoriamente um esforço conjunto
  • Leitor Crítico: O leitor crítico é, basicamente, um leitor profissional que vai ler seu texto à procura de problemas que possam atrapalhar sua aceitação pelos editores e leitores. Ele não vai consertar seu texto, e dependendo do leitor a crítica pode ser mais ou menos precisa, indicando pontos específicos a serem ajustados ou falando, de maneira geral, quais os grandes problemas da obra (como, por exemplo, "diálogos pouco convincentes"). A dica é: se você está pagando por este serviço, você tem o direito de entender bem a avaliação realizada; se não entendeu, retorne ao leitor crítico quantas vezes for necessário para que os problemas estejam claros em sua cabeça. Ele é o profissional, portanto ele tem a responsabilidade de gerar uma avaliação que seja útil a você!
  • Copidesque: O serviço de copidesque é um pouco mais "completo" (e, portanto, mais caro) que o realizado pelo leitor crítico: além de detectar problemas, o profissional de copidesque vai efetivamente alterar seu texto, o quanto for necessário, para adequá-lo aos "padrões de mercado" ou da editora. O autor continua sendo somente você, mas o texto pode ser radicalmente transformado neste processo.
  • Revisor:  O trabalho do revisor, usualmente, se resume a corrigir os erros de português de sua obra. Bons revisores vão também sugerir ajustes como diminuir frases muito longas ou tornar mais claros trechos que estejam obscuros, mas o mais comum é que não alterem seu texto neste caso.
  • Diagramador: O diagramador é quem vai pegar seu texto final e formatá-lo adequadamente para o tamanho de página, tamanho de letra, espaçamento entre linhas, tamanho das margens, detalhes nas aberturas de capítulo, ilustrações etc; conforme o livro a ser impresso. A dica aqui é: Um livro bem diagramado é bem mais fácil de ler e tem uma apresentação bem mais profissional; portanto não ache que você consegue fazer este trabalho sozinho. Economizar dinheiro com um diagramador é um dos erros mais comuns quando autopublicando.
  • Ilustrador: Se seu livro é infantil, a ilustração deve completar o texto, não simplesmente
    Saiba mais na Bíblia do Escritor
    repetir o que está sendo escrito. Se é um livro adulto, a ilustração muitas vezes serve meramente para quebrar um pouco a dureza de muitas páginas de texto. Uma dica: As editoras usualmente têm ilustradores cadastrados e que seguem o padrão visual da editora; então, não gaste dinheiro pagando um ilustrador antes de enviar o livro para editoras, pois eles podem simplesmente descartar o trabalho, por melhor que seja.
  • Capista: A capa é o primeiro elemento que chama a atenção do leitor, além de ser um elemento decisivo na compra. As dicas aqui são óbvias: Economizar dinheiro (quando autopublicando) fazendo sua própria capa é um enorme erro, pois o resultado é sempre visivelmente amador. E gastar dinheiro fazendo uma capa antes de enviar às editoras é desperdício de dinheiro.
  • Gráfica: É quem imprime o livro, apenas. Uma gráfica não irá realizar nenhuma das outras atividades desta lista.
  • Editora: Uma vez aprovado seu original, a editora vai realizar vários ou até todos os serviços desta lista, além de registrar na Biblioteca Nacional (sim, você pode registrar antes...), solicitar um ISBN para cada edição, montar a ficha catalográfica e muitos etc.
  • Editor: Dentro da editora, é o profissional responsável por selecionar os livros conforme as linhas editoriais que seja responsável. Este é o cara que você precisa impressionar.
  • Agente Literário: É o profissional que conhece bem o mercado, tem contato com editoras, conhece as leis que regem os direitos autorais, e que irá fazer a ponte entre o autor e a editora, gerindo a lado legal da carreira do autor, e encontrando editoras que desejem publicar seus livros. Ele poderá indicar serviços, por exemplo, de assessoria de comunicação e marketing, mas não está nas suas atribuições normais fazer tais serviços. Uma dica importante: O agente literário usualmente recebe um percentual dos royalties do livro destinados ao autor. Se um agente quiser lhe cobrar uma taxa mensal para lhe representar, ou se garantir que vai conseguir uma editora (ou até uma produtora de filmes...) para seu livro, desconfie muito. E fuja!
  • Assessor de marketing e/ou imprensa: São os responsáveis por procurar espaço para divulgação de seus livros na imprensa, internet e outros locais. Uma dica importante é avaliar a proposta de trabalho e verificar se o assessor tem experiência com divulgação no mundo virtual e como vai fazê-lo; este é um espaço que poucos profissionais têm experiência verdadeira.
  • Distribuidor: Os distribuidores fazem a ponte entre as editoras e as livrarias que não fazem parte de redes. As grandes redes de livrarias, como FNAC, Cultura, Leitura, Saraiva e outras, têm sua própria rede de distribuição.
A regra de ouro é a mesma para todos os serviços: nunca pague nada a ninguém sem antes 1) Conhecer que outros trabalhos foram realizados por aquele profissional e 2) Fazer uma pesquisa de mercado para saber se o preço sendo cobrado é justo.
Infelizmente neste mercado há muitos iniciantes e muitos profissionais que cobram muito acima da média de mercado, então todo cuidado é pouco!

E você, gostaria de completar com alguma informação? Esqueci algum serviço importante? Tem alguma dúvida? Comente e compartilhe com os colegas!

Gostou? este post!

4 de agosto de 2016

Lançamento de A Bíblia do Escritor, As Incríveis Memórias de Samael Duncan e muito mais!


A
migos!
        Esta semana estou focado em meus novos lançamentos, mas já estou com um post muito interessante agendado para a próxima quinta-feira, dia 11: uma visão geral sobre quais são os principais serviços envolvidos na produção e venda de um livro, do leitor crítico ao assessor de marketing.
        Daqui até lá, gostaria de divulgar os lançamentos que farei neste próximo dia 10 de agosto, próxima quarta-feira, na Visconde Livraria de Café da 405 Sul - estarei lá a partir das 18h00, ou até uma hora mais cedo se me for possível.
         São quatro livros que estavam represados faz algum tempo nas editoras, e que aproveitando a feira do livro de Brasília fora editados:


  • O Mistério do Facebook do Futuro:  Um raio cai perto da casa de Piolho, e seu Facebook começa a mostrar posts da semana seguinte! Obviamente, isto trará mais confusões que benefícios. Uma aventura da Turma dos Quatro Fantásticos, um grupo de amigos da idade dos leitores recomedados: entre 9 e 12 anos.
  • Dois livros da Coleção Era Outra Vez, que reinventa antigas fábulas, com um viés de cidadania, educação financeira e ambiental. Os personagens são os mesmos - Cigarra e Formiga, Lebre e Tartaruga, Três Porquinhos... - mas as histórias são totalmente diferentes, e a mensagem apresentada para as crianças é sempre que o mais certo é o caminho do equilíbrio entre trabalho e diversão.
  • A Bíblia do Escritor:  A obra há muito esperada por todos os leitores do Vida de Escritor, com o que vocês veem aqui post após post, mas organizado na forma de um processo bem organizado que leva o escritor da ideia inicial até a produção e divulgação do livro. Uma obra essencial para todos escritores, e que estará sendo vendida com desconto neste segundo lançamento. 
        O lançamento inédito será do livro “As incríveis memórias de Samael Duncan” - para mim, o meu melhor trabalho até agora, no que tange à criação de personagens que apaixonam e que deixam no leitor aquela sensação de saudade, de querer ler mais, de não ter coragem de terminar o livro porque isso seria uma despedida dolorosa;
        O livro é, na falta de definição melhor, uma fábula, uma narrativa leve e agradável com elementos por vezes quase míticos, mas sempre envolvendo aprendizado e emoção. Envolve momentos de “fluxo de consciência” e diversos flashbacks à medida que o personagem principal relembra seu passado, sempre associado a algum sentimento despertado no presente. As histórias transitam entre o real e o quase-imaginário, naquelas situações que todos passamos uma ou outra vez na vida, onde os limites da realidade parecem, nem que seja por um instante, serem menos rígidos do que usualmente acreditamos.
        Cada capítulo do livro leva o nome de uma pessoa que marcou Samael, e é dividido em duas partes: o tempo presente de Samael Duncan, um aventureiro que atingiu a casa dos... - bem, digamos apenas que ele é muito velho! -; e um episódio do passado do personagem, com foco na pessoa que nomeia o capítulo.
        No presente, o ancião inicia em uma cadeira de rodas, mas durante a escrita de suas memórias encontra novas energias, e aos poucos recomeça a andar e a se sentir mais vigoroso.  No entanto, ele acaba descobrindo segredos sobre o seu passado que minam sua saúde novamente, fazendo-o aos poucos se aproximar mais e mais da morte.
        À medida que o livro avança, ficamos cada vez mais preocupados, sem saber se Samael vai conseguir desvendar seus segredos a tempo, ao mesmo tempo que começamos a montar um "mapa" de sua vida em nossa cabeça, conhecendo melhor suas motivações, medos, escolhas, amores e aventuras. As histórias do passado acontecem em países e tempos diferentes, sem seguir uma ordem cronológica, mas à medida que a narrativa avança começamos a entender o porquê de ele estar em cada lugar, e as escolhas que o levaram até aquele momento, onde ele começou a escrever suas memórias.
        O livro conclui com... Não, não vou dar spoilers, mas podem acreditar que o final é algo que vocês irão querer reler algumas vezes, para entender todas as camadas de significados que carrega.
        'Samael' é meu livro mais significativo até hoje, aquele que mais mostra sentimentos e medos mais profundos não apenas da alma de Samael, mas também da minha, expressos nas entrelinhas de toda a obra.
        Espero vocês lá!
Serviço:
          Onde:  Visconde Livraria de Café da 405 Sul
         
Quando:  dia 10 de agosto, próxima quarta-feira, a partir das 18h00
         
O que:  Lançamento de A Bíblia do Escritor, As Incríveis Memórias de Samael Duncan, O Mistério do Facebook do Futuro e dos primeiros dois volumes da Coleção Era Outra Vez 


Apareça, comente, compartilhe com os colegas; e depois de ler o livro pode retornar aqui e deixar seus comentários! :)

Gostou? este post!

25 de junho de 2016

8 Workshop de Escrita de Ficção

Amigos Escritores,

Estamos a duas semanas do 8o Workshop de Escrita de Ficção do Vida de Escritor, ainda temos algumas vagas.
Estou organizando os últimos detalhes para o evento, e será um prazer poder contar com alguns de vocês nesta edição - a última no Brasil pelos próximos dois anos.  
 Seguem informações resumidas sobre o evento, e qualquer dúvida é só entrar em contato ou escrever um comentário neste post.

8º Workshop de
Escrita de Ficção
Brasília, dias 9 e 10 de julho, no Pro+Offices, Setor Comercial Sul


O conteúdo:
Técnicas práticas, trazidas de cursos de storytelling americanos e ingleses, para estruturar o trabalho do escritor ou roteirista desde a produção da premissa, que organiza e valida a ideia inicial, até artifícios para prender a atenção dos leitores, passando por técnicas de estruturação da trama, desenvolvimento de personagens e das cenas. O workshop conclui com dicas sobre o mercado editorial brasileiro e como melhorar suas chances de conseguir a editora perfeita para seu trabalho.
Como acontece:
O workshop são dois dias de imersão (das 9:00 às 18:00) em teorias e práticas que reforçam o aprendizado das ferramentas apresentadas. Além do coffe-break, os participantes receberão uma cópia do "A Bíblia do Escritor", de Alexandre Lobão, antes de seu lançamento oficial em Brasília.  
Público-alvo:
Escritores e roteiristas iniciantes ou em qualquer ponto da carreira que tenham interesse em aprender técnicas utilizadas por autores profissionais.
Informações e inscrições: http://alexandrelobao.com/workshop
ou direto com o facilitador: Alexandre Lobão, contato@alexandreLobao.com, (61) 98112.2415


Forte Abraço a todos, e até lá! :)

21 de junho de 2016

Quem são e o que fazem os editores?


A
ntes de mais nada, gostaria de lembrar que as inscrições para a 8a edição do Workshop de Escrita de Ficção do Vida de Escritor estão abertas!  Esta será a última edição no Brasil pelos próximos dois anos, então, veja detalhes no site do evento e se programe para participar, nos dias 9 e 10 de julho!
É difícil explicar em poucas palavras, mas basta dizer que o editor é o “pai adotivo” do livro, é ele quem transforma um rascunho em uma obra digna de ser lida.

Obviamente há todos os tipos de editores, desde aqueles que são meros negociantes até aqueles que não só amam os livros, mas que também participam de sua construção.

Os “editores negociantes” só veem o livro apenas como uma fonte de renda e têm o foco em descobrir livros que fazem sucesso lá fora ou, no máximo, descobrir autores nacionais que escrevem livros “da moda” ou na mesma linha de livros internacionais de sucesso. Estes editores, inclusive, são mal vistos no mercado justamente por delegarem ou deixarem de lado questões importantes, associadas à escrita do livro em si.
Já os editores “de verdade” têm um papel primordial na criação do livro. Um bom editor conhece o mercado literário atual e suas tendências, em especial o público alvo das obras que ele produz, e com este conhecimento sobre “o que funciona e o que não funciona” para este público, além de uma boa visão sobre o que ele considera literatura de qualidade (perceba que não estou falando em termos absolutos...), ele orienta o escritor sobre possíveis ajustes no livro. Só com um bom editor um livro atinge o seu potencial máximo.
Vale a pena contar uma história real, para que fique claro até que ponto esta intervenção pode chegar.

Um escritor brasileiro, de quem prefiro não contar o nome, enviou um livro para a Bloomsbury, editora inglesa que publicou o Harry Potter no final da década passada. O livro foi bem recebido, e o editor percebeu que a obra tinha um bom potencial, mas que a conclusão da obra era insatisfatória, ou pelo menos não era a melhor possível, para seus leitores. Entrando em contato com o autor, o editor propôs que a editora contratasse outro escritor para escrever o último terço do livro, de forma a entregar algo com mais apelo aos leitores. O nome do segundo autor não sairia nos créditos (seria um “ghost writer”), então para todos os efeitos a obra continuaria sendo 100% do autor original. O autor aceitou, e o livro fez bastante sucesso, abrindo as portas do mercado internacional para este escritor.

Da minha parte, toda vez que vou escrever um livro sob encomenda (sim, bons editores também fazem isso; encomendam livros para atender a determinados nichos de mercado que percebem que estão pouco atendidos), escrevo apenas as linhas gerais da obra, entregando ao editor uma proposta em alto nível do que será o livro. O editor avalia, sugere, modifica, e quando fechamos a visão geral da obra, começo a produzir o trabalho. No caso de livros técnicos (como “Quilombos e Quilombolas”, livro que escrevi sob encomenda lançado pela editora Mazza ano passado), o editor muitas vezes participa ainda mais ativamente, recebendo capítulo por capítulo da obra e indicando ajustes a cada passo.

É, isso pode ser um choque para quem ainda imagina que escrever é uma atividade solitária, que o escritor espera a musa chegar, e quando a inspiração chega o autor coloca sua alma no papel e ninguém mais mexe.

Mas, por mais que exista este lado “romântico” da escrita, todo escritor precisa lembrar que ele só se torna realmente um escritor se sua obra for publicada. E sem a participação do editor, o ciclo não fecha, e o original fica na gaveta.

Obviamente, estou falando apenas das versões impressas por editoras. Textos autopublicados, sejam virtuais ou físicos, existem aos montes. E é talvez nestes textos que o público em geral perceba a importância do editor: Fora as inevitáveis exceções, o que vemos são obras mal acabadas, textos fracos, pouco profissionais.

Porque, no fim, é este o trabalho maior do editor: garantir que cada livro atinja todo seu potencial, não apenas comercial, como também artístico. E todo autor profissional procura justamente isso: alguém que lhe aponte os caminhos a seguir para melhorar seu trabalho.

E você, gostaria de completar com alguma informação sobre os editores com quem já trabalhou? Comente e compartilhe com os colegas!

Gostou? este post!

3 de junho de 2016

Como evitar atalhos que enfraquecem seu texto


H
oje temos no Vida de Escritor um texto muito elucidativo da amiga escritora Daniele Ribeiro.
Em breve voltamos com novidades!
Quem já se aventurou no mundo da escrita criativa já deve ter escutado a orientação “mostre ao invés de contar”. O escritor mostra o que está acontecendo em sua história quando, em vez de simplesmente descrever um personagem, permite que a própria reação dele a algum acontecimento permita que o leitor conheça um pouco mais de sua personalidade. Mostrar um personagem tendo um ataque de fúria ou uma atitude educada é mais efetivo do que explicar pro seu leitor que ele é uma pessoa de pavio curto ou uma pessoa gentil. É claro que usar uma frase pra descrever alguém ou alguma situação é mais rápido e torna o texto mais sucinto, mas tomar esse atalho pode enfraquecer e muito o impacto que você quer causar no leitor. “Achar que você precisa explicitar tudo é o melhor caminho para entediar o leitor.
Um atalho muito comum é o uso dos advérbios. Os advérbios são aquelas palavrinhas que explicam o verbo. Isso é considerado um recurso pobre e até mesmo preguiçoso porque o próprio desenrolar na narrativa deveria suprir essa função. É como aquele comediante que explica a piada, só pra ter certeza de que a plateia entendeu. O contexto da história é que deveria evocar na mente do leitor as emoções e intenções do personagem. É muito mais instigante pro leitor poder captar essas informações nas entrelinhas do que receber o texto “mastigado”.

Então como fugir da tentação de tomar esses atalhos? Um recurso muito interessante é o uso de metáforas e comparações. Além disso, é sempre válido lembrar que as atitudes dos personagens falam por si só. Na vida real, as nossas expressões faciais, posturas e gestos são responsáveis por 55% de toda a comunicação. Então, uma dica é: Deixe que seu leitor leia também as expressões e a linguagem corporal dos seus personagens.

No livro “Extraordinário”, de R. J. Palacio, as atitudes de August logo no início da história mostram muito de sua personalidade infantil. Como o personagem-narrador é uma criança, a linguagem simples é o que predomina o texto. Além disso, as atitudes e falas da mãe demonstram o afeto e o instinto de proteção dela pelo filho, sem que isso precise ser explicado ao longo da narrativa. Leia o trecho abaixo em que seus pais tentam convencê-lo a começar a frequentar uma escola e perceba como o escritor mostra a dinâmica do relacionamento entre eles sem precisar recorrer a advérbios como “gentilmente”, “afetuosamente”, ou simplesmente explicar o carinho e zelo que a mãe tem por August:

“— Querido — disse a mamãe. Ela se virou para trás no banco do carona e segurou minha mão. — Você sabe que, se não quiser, não tem que fazer isso. Mas conversamos com o diretor da escola sobre você e ele quer muito conhecê-lo.
— O que vocês disseram sobre mim?
— Falamos de como você é divertido, gentil e inteligente. Quando contei que você leu O cavaleiro do dragão aos seis anos, ele disse: “Uau! Tenho que conhecer esse garoto.”
— Você disse mais alguma coisa? — perguntei.
Mamãe sorriu e seu sorriso foi como um abraço
.”

Daniele Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em Brasília desde 2011 onde é servidora pública. Apaixonada pela literatura, participou de uma das edições do “Workshop de Escrita de Ficção” ministrada por Alexandre Lobão e de uma oficina de escrita onde produziu diversos contos, além de possuir um romance em produção.

E você, gostaria de compartilhar suas experiências com colegas escritores? Entre em contato, comente, compartilhe!

Gostou? este post!

10 de maio de 2016

O que fazer em suas férias...

migos,

Estou de férias, mas retorno no fim do mês, e preparando uma grande mudança de rumos na carreira de escritor, que espero poder compartilhar com vocês por aqui.
A demora nos posts não é por falta de ideias, mas por falta de tempo... :)
Convido todos a comentarem neste post os assuntos que gostariam de ver no Vida de Escritor a partir de junho; não irei aprovar os comentários, mas entrarei em contato com cada um que deixar seu e-mail, para trocar ideias e elaborarmos, quem sabe, os futuros artigos em conjunto.

...

Obrigado a todos pela atenção e carinho, e até breve!

24 de abril de 2016

Dicas para a carreira de escritor: a importância da plataforma


as últimas semanas tive a felicidade de conhecer uma série de escritores cujas carreiras estão em rápida ascensão, e acelerando.
O interessante é que cada um deles está fazendo sucesso em um nicho totalmente distinto:
  • Bárbara Morais, que escreve distopias, no estilo de "Jogos Vorazes" e "Divergente", que já terminou sua primeira trilogia e está no quarto livro;
  • Elaine Andrade, que está iniciando no nicho da "literatura GLBTS", na falta de um nome melhor, com um romance sobre uma senhora que descobre o verdadeiro amor após os cinquenta anos;
  • Maurício Gomyde, que escreve dramas, o que por si só não é um "tema da moda", mas que tem forte presença na internet que impulsiona seus livros;
  • Elaine Elesbão, que escreve livros no gênero de "de mulheres para mulheres", e que além de ter diversos livros publicados, um deles está sendo produzido para cinema.
O que eles têm em comum? Uma plataforma bem definida.
Mas o que é exatamente esta "plataforma"? O conceito, especialmente para autores iniciantes, pode parecer meio confuso, mas acredite em mim quando eu digo: a plataforma é o que há de mais importante quando se estabelecendo uma carreira como escritor. Tanto, que inclusive estou redirecionando toda minha carreira por conta das conversas que tive com estes escritores e de muitas reflexões pessoais.
Mas chegaremos a isso daqui a pouco.
"Plataforma é tudo. É o que o escritor é, e isso deve ser bem claro para seus leitores"
A plataforma, em poucas palavras, é a forma como o seu leitor te vê. É o que ele espera encontrar quando lê um de seus livros.

A plataforma é que define o seu nicho de mercado, o seu público-alvo - e sem público-alvo você não tem carreira. Simples assim.
Isso, de maneira alguma, quer dizer que você precisa restringir a sua criatividade ou escrever livros que sejam parecidos um com o outro. Quer dizer, basicamente, que você deve saber muito bem sobre o que você gosta de escrever, conhecer melhor a si mesmo, e escrever o que você gosta.
Se você gosta de escrever livros infantis, escreva livros infantis. Se gosta de Ficção Científica, Suspense, Comédia, o que quer que seja, atenha-se ao seu gênero preferido. Há infinitas possibilidades dentro de cada gênero, então não há limitação real.
O que não é interessante para sua carreira é o famoso "atirar em todas as direções", pois com isso você não forma um público alvo.
Aí, como exemplo e contra-exemplo, vou falar de minha carreira.
O que gosto de escrever são romances para o público jovem adulto e adulto, histórias de ação, com larga pesquisa histórica e um toque de fantasia, mágica ou surrealismo, algo que vá além da rotina que a realidade nos impõe.
No entanto, nos últimos cinco anos tenho aceito encomendas de editoras para escrever, basicamente, qualquer coisa. Sob encomenda escrevi muitos livros "de patrão", como diz o amigo escritor Maurício Melo, sendo quatro infantis, para a faixa entre 6 e 9 anos, um paradidático sobre quilombolas e mais dois livros para a faixa etária entre 9 e 12 anos (um deles sendo concluído, na verdade). Neste mesmo período, só conseguir escrever dois livros "de paixão", um deles a ser lançado até o fim deste semestre, "As Incríveis Memórias de Samael Duncan".
Para manter esta produção tive que estudar e praticar muito, o que gerou um efeito colateral interessante: montei uma plataforma como "bom escritor", conhecedor das melhores e mais eficientes técnicas de escrita, que repasso para frente não só aqui no Vida de Escritor, mas também no livro "A Bíblia do Escritor" (ainda à venda da Livraria da Vila do Shopping Higienópolis), que lancei em São Paulo mês passado e devo lançar em Brasília em junho.
O fato é que esta minha plataforma me rendeu diversos convites para escrever mais livros, sozinho ou em parceria com outros escritores. E isso me fez perceber que, afinal, acabei me desviando da minha verdadeira plataforma, daquilo que eu realmente gosto de escrever. É por isso que estou, a partir de agora, recusando todos os convites para escrever livros que não sejam dentro do meu gênero particular. Pode ser mais difícil conseguir uma editora, mas de que vale publicar algo, se não é o que você quer realmente dizer para seus leitores?
Porque, como falei, um escritor precisa conhecer bem a si mesmo, definir sua plataforma e se ater a ela.
Porque, afinal, os melhores livros são aqueles que o autor escreve de coração. 

Alguma dúvida? E você, qual a sua plataforma? Compartilhe suas ideias com os colegas da área!

Gostou?  este post!